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Dia Internacional da Mulher Negra Latino-America e Caribenha

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O que comemorar?


"Nós somos únicas" (Fonte: Banco de imagem Freepik)

25 de julho de 2023. Há 19 anos atrás, em São Domingo na República Dominicana, ocorria o primeiro encontro de Mulheres Negras latino-americanas e caribenhas, o motivo? Denunciar o racismo e machismo pelo qual passávamos - e passamos - não só nas Américas, mas também ao redor do mundo. Uma data simbólica para nós, mulheres negras.

Quase duas décadas depois e o que comemorar?


São vários os âmbitos para se analisar, mas para onde quer que observamos, as mulheres negras são, na maioria das vezes, se não sempre, as que se encontram em pior situação. No primeiro trimestre de 2022, as mulheres negras eram o grupo demográfico com maior taxa de desemprego, segundo o Portal FGV. Em 2017/2018, quando as mulheres negras representavam 26%da população, a renda desse mesmo percentual negro e feminino era de 14,3%, enquanto o 1% mais rico conta com 15,3%, segundo a pesquisa do Made USP. O que comemorar?



Cena da série "Bridgerton" (Foto: Site Estadão)

O audiovisual está mais denegrido (tornar-se negro). O que é bom, não é? As telinhas estão se enchendo de mulheres negras, principalmente as adaptações, como o filme "A Pequena Sereia" de Rob Marshall, a série "Bridgerton" do livro de Julia Quinn com vários personagens na realeza negros, mas ainda assim as críticas continuam batendo a porta. Não sobre a atuação ou sobre como "tal cena precisa de tal iluminação", os questionamentos são muitos mais sobre a cor dos personagens do que sobre o profissionalismo dos atores. Afinal, como é que pode uma sereia ser negra? É estragar a infância de toda uma branquitude. Como pode uma menina negra se sentir representada? Desnecessário. O que comemorar?


Nós comemoramos a luta. A persistência. A quantidade de projetos e trabalhos que aumentam e cada vez mais são voltados para nós. Comemoramos pelas que chegaram lá. Pelas Terezas Benguelas que abriram as portas para nós. Por lutas como a de Marielle Franco e Lélia Gonzales e Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo e tantas outras. A parte ruim existe e quem dera pudéssemos ignorar. É o que nós vivemos, é o que nós sentimos, é o que colocaram na nossa pele. Mas datas como esta nos relembram a razão pela qual permanecemos: pelas que foram, pelas que são e pelas que virão.

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